quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Me vê uma inteira de inspiração, sem muzzarela por favor..


    Começo este texto me sentindo um pouco estranho, isso porque estou sem inspiração, que é o tema dele. O que, caro leitor, é um tanto irônico, observe: se alguém está sem inspiração, como poderia começar a escrever um texto? Não é lógico, mas a área de exatas nunca foi minha área mais forte no colégio, então estou com a consciência limpa.


    Mas no final das contas, ou melhor, no começo delas, a falta de inspiração é uma vaga inspiração para um novo texto. E antes de qualquer coisa, devemos deixar claro que inspiração é uma coisa que existe, não é como vocação que alguns acreditam e outros não. Inspiração existe pra cantor, escritor, poeta, camelô, pra pizzaiolo e pra Zeca Pagodinho; a inspiração bate na sua cara como um amanhecer, te lembra que certas coisas estão abertas a serem testadas, experimentadas. É como se o universo pensasse “Oras, mero mortal, por que não fazes isso? Por que não escreve isso, canta aquilo, pinta isso, põe mais muzzarela e cebola ali? Seria genial... “ e você, mero mortal como eu, aceita a originalidade da idéia em um ímpeto de ecstasy.
    Quando se está sem inspiração, por outro lado, é como um abandono. De duas uma: ou o universo está sem tempo pra você e arranjou outros mortais com quem contribuir, ou, senhores e senhoras, você já é grandinho demais para manter suas inspirações estáveis sem uma ajuda universal.
    Eu acho é que esqueceram de mim desde quando terminei o discurso da formatura, mas eu sou meio suspeito. O que é estranho, porque eu tenho tanta coisa pra falar pra você, pro mundo, pra escrever, discutir.. e nada vem à cabeça, nada vem formatado como uma idéia genial. Nenhuma idéia sobe a superfície mental. Na verdade sobem, mas não duram, são destruídas pela preguiça, cansaço, ironicamente, pelo ócio...
    Termino este desabafo me sentindo um pouco idiota. Idiota por ser capaz de confundir inspiração com preguiça, a verdade é que tenho me sentido um tanto quanto cansado. E terminando, recebo a inspiração (oh!) de parar com essas pouca vergonha de não fazer nada. Mas bem, o que posso dizer? Essa foi um tanto quanto óbvia e fácil, senhor universo.